A lenda dos efeitos da lua cheia no comportamento humano existe há séculos, popularizada pelo mito do lobisomem.
Mas será que a lua cheia realmente afeta o comportamento do ser humano? Há quem diga que durante a lua cheia, as pessoas cometem atos desastrosos. E esse talvez seja o motivo do que aconteceu comigo.
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Admito que os brasileiros não são conhecidos por sua capacidade superior de dirigir, mas naquela noite os motoristas pareciam especialmente erráticos. As pessoas ficavam me cortando. Um cara acelerou em um sinal vermelho, escapando por pouco de uma colisão com no cruzamento. E algum gênio, esqueceu que neste país dirigimos do lado direito da estrada.
Pensei no que tornava esta noite particularmente favorável para motoristas lunáticos em comparação com qualquer outra. Não era Dia de São Patrício, Ano Novo ou muito tarde da noite, então dirigir embriagado não parecia adequado. Só quando desci do carro e olhei para cima é que concebi uma possível explicação: a lua cheia.
A lenda dos efeitos da lua cheia no comportamento humano existe há séculos, popularizada pelo mito do lobisomem. As palavras “loucura” e “lunático” são derivadas da mesma raiz latina que nos dá a palavra “lunar”, já que as pessoas frequentemente atribuem insanidade intermitente às fases da lua. Embora muitas pessoas acreditem que a lua cheia influencia o comportamento, estudos científicos encontraram muito poucas evidências que apoiem o “efeito lunar”.
Em 1978, o psicólogo da Universidade de Miami, Arnold Lieber, escreveu o livro The Lunar Effect: Biological Tides and Human Emotions. Ele argumentou que a lua influencia o comportamento do dia-a-dia e concluiu que os homicídios aumentaram durante a lua cheia após analisar os registros criminais de Miami. Estudos criminais semelhantes durante o mesmo período, no entanto, não encontraram tal relação.
Então, em 1986, pesquisadores da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, combinaram os resultados de cerca de 100 estudos e não encontraram “nenhuma relação causal entre os fenômenos lunares e o comportamento humano”. Eles descobriram falhas estatísticas em muitos dos artigos que afirmavam ter encontrado tal link. Eles até reanalisaram os dados de homicídio de Lieber e não encontraram nenhuma correlação.
Mais recentemente, numerosos estudos foram conduzidos por pesquisadores intrigados, com a maioria das tentativas de culpar a lua por tudo, desde suicídios a vômitos após a cirurgia, sem resultado.
Então, com todas essas evidências em contrário, o que torna a teoria da loucura da lua cheia ainda tão popular?
Talvez seja a mídia, que sabe que as pessoas são mais propensas a ler uma história de crime se algum policial culpar a lua. Ou talvez as pessoas só queiram se apegar a uma lenda urbana que existe há centenas de anos.
Uma resposta mais científica pode ser a memória seletiva. Se algum assassinato bizarro ou acidente de carro ocorrer, é mais provável que as pessoas se lembrem disso se acontecer durante a noite de lua cheia.
Depois de ler alguns estudos – incluindo um da autoridade neste assunto, a Universidade de Saskatchewan – decidi que a lua cheia não foi responsável por minha experiência na estrada naquela noite.
Talvez eu tenha esquecido seletivamente as milhares de outras vezes em que encontrei motoristas lunáticos. Embora eu não tenha nenhuma evidência científica para provar isso (apenas anos de experiência), estou seguindo a teoria de que os brasileiros são apenas péssimos motoristas.
Fonte: Scienceline
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